A Besta de Gévaudan


Ao contrário das histórias que relatam supostas aparições de lobisomens ou criaturas sombrias, esta se destaca justamente pelo fato que não há controvérsias: são dados constatados e verídicos.

A Besta de Gévaudan (em francês Bête du Gévaudan) foi um animal feroz que aterrorizou a região francesa de Gévaudan no final do século XVIII. Do ponto de vista histórico, o animal é comprovado, tendo sido documentados os ataques, os corpos das vítimas, os sobrevi
ventes descreveram o animal que os atacou, havendo registros de que o animal foi caçado, morto e teve seu corpo exibido na corte de Luís XV.

Segundo as descrições, sua pele tinha um tom avermelhado, e foi dito emitir um odor insuportável. Eles matavam suas vítimas rasgando suas gargantas com os dentes. O número de vítimas varia de acordo com fonte. De Beaufort (1987)1 estimou 210 ataques, resultando em 113 mortes e 49 feridos, 98 das vítimas mortas foram parcialmente comidos.

Marie Jeanne Valet matando uma das Bestas 
    Foram feitas na região numerosas investidas para caçar o animal, organizadas muitas vezes por nobres da zona, como o Marquês de Apcher ou o Conde de Morangias, mas sempre sem resultado. As notícias dos ataques da "besta" acaba chegando até a Corte, em Paris, e o rei Luís XV vê-se obrigado a responder de algum jeito às demandas cada vez mais insistentes dos camponeses3 , apesar de estar totalmente imerso na guerra pelas colônias da América contra a Inglaterra, pelo que decide oferecer seis mil libras de recompensa a quem matasse a besta.

Em 21 de setembro de 1765, foi abatido um grande animal que foi identificado como a “Besta”, por Antoine de Beauterne Marques. Este animal pesava 64 quilos, tinha 87 centímetros de altura e 183 centímetros de comprimento total. O lobo foi chamado de Le Loup de Chazes. Antoine oficialmente declarou: "Nós declaramos pelo presente relatório, assinado por nossas mãos, que nunca vimos um lobo tão grande que poderia ser comparado a este, é por isso que nós estimamos esta poderia ser a besta temível que causou tanto dano."2 O animal foi empalhado e enviado para Versalhes, onde Antoine foi recebido como um herói, recebendo uma grande soma de dinheiro, bem como títulos e prêmios.2 Entretanto, em 2 de dezembro do mesmo ano, foram relatados novos ataques a duas crianças que ficaram gravemente feridas. Dezenas de casos de ataques foram novamente relatados.

O assassinato da segunda criatura que, eventualmente, marcou o fim dos ataques é creditado a um caçador local, Jean Chastel (Suposto irmão de Antoine), em Sogne d'Auvers em 19 de junho de 1767. Segundo os dados da época, este animal pesava 58 quilos, e foi morto com uma bala de prata benzida por um padre, sendo este o primeiro registro desse tipo de caçada, depois popularizada nas buscas ao lobisomem.4 Ao ser aberto, no estômago do animal foi comprovado que continha restos humanos.

Muitas hipóteses foram levantadas para explicar o grotesco animal: um lobo gigante sobrevivente da era do gelo, um mutante, possessão demoníaca e é claro, LOBISOMENS.


Referências

de Beaufort, François. Encyclopédie des carnivores de France: Le loup en France (em francês). França: [s.n.], 1987. ISBN 9782905216045.

↑ Ir para: a b c d The Fear of Wolves: A Review of Wolf Attacks on Humans (PDF) Norsk Institutt for Naturforskning. Visitado em 26-06-2008.
↑ Ir para: a b c Bini, Edson. Homens, Lobos e Lobisomens: As histórias mais fascinantes (em português). São Paulo: Marco Zero, 2004. 296 pp. p. 25-26. ISBN 9788527903585. Visitado em 25 de julho de 2011.
Ir para cima ↑ Jackson, Robert. Witchcraft and the Occult. [S.l.]: Devizes, Quintet Publishing, 1995. p. 25. ISBN 1853488887.
Ir para cima ↑ Hall, Jamie. (2007). "The Cryptid Zoo: Mesonychids in Cryptozoology".
Ir para cima ↑ "The Real Wolfman". History Alive. History. Episódio número 16, 4ª temporada.

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